Depois da estreia de MORRO COMO PAÍS, no passado mês de Dezembro na Associação 289, que contou com a interpretação das artistas Marta Gorgulho, Neusa Dias, Sara Martins e das alunas Iara Jesus e Maria Carrajola, e com assistência técnica de Lia Férin e Maria Sousa do Curso Profissional de Intérprete/Ator/Atriz (PIA/2º ano), chega agora à cena a tragédia de ANTÍGONA, com as atrizes Marta Gorgulho, Neusa Dias e dez estagiárias do PIA/2º ano: Alice Velez, Ana Ferreira, Ana Rita Pereira, Catarina Correia, Iara Jesus, Lara Ramos, Lia Ferín, Maria Carrajola, Maria Sousa, Sofia Santos. Na equipa colaboram também as estagiárias Luzia Firmino (Direção de Cena), Lara Belmonte (Caracterização) e Rita Ferreira (Cabelos) do PIA/2º ano, e ainda Beatriz Rêgo, Catarina Catalão, Margarida Machado e Rayssa Fernandes do PAE/3º ano, nas funções de frente-casa.

Na ANTÍGONA que se apresenta nos dias 18, 19 e 20 de Fevereiro, na Antiga Fábrica da Cerveja, em Faro, com dramaturgia e encenação de Neusa Dias, a partir do texto clássico “Antígona” de Sófocles e das ‘Antígonas’ modernas de Bertolt Brecht, Jean Anouilh e António Pedro, assiste-se ao derradeiro momento de vida de Antígona, antes de ser emparedada viva numa caverna, por ter desobedecido às ordens do rei (Creonte). Para ela é inconcebível negar cerimónias fúnebres a um dos seus irmãos, Polinices, considerado traidor e inimigo da cidade, enquanto a seu outro irmão, Etéocles, tido como propício à cidade, é concedida sepultura honrosa, depois dos dois irmãos perecerem às mãos um do outro. Por transgredir o édito de Creonte, Antígona morrerá.

Não entram neste espetáculo todas as personagens da tragédia que Sófocles criou, nem o Coro é formado por homens velhos. Nesta adaptação são apenas 5 as personagens que contam a história e, ao contrário do que sucedia na Grécia Antiga, todas são interpretadas por mulheres, sem qualquer transfiguração de género perante personagens masculinos. Esbatem-se, é certo, os conflitos entre homens e mulheres, entre novos e velhos presentes no texto original, mas, a tragédia maior de Antígona excede a omissão, continuando, 2500 anos depois da sua estreia, a comover-nos e a lembrar-nos que a existência humana e a constância das sociedades se medem perante o que escapa ao controlo por parte do Homem: a Morte.

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