RICARDO, 19 ANOS
Quando o teatro também é uma arte para a escola
josé mota |
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Jovens de vários pontos do país
participaram nas peças de teatro. Os alunos aprendem a ser actores |
Ana Trocado Marques
Terminou, ontem, a VI Mostra de Teatro Escolar
da Póvoa de Varzim, que juntou, este ano, durante quatro dias, cinco grupos
de teatro das escolas secundárias Rocha Peixoto e Eça de Queirós (Póvoa de
Varzim), Alberto Sampaio (Braga), Tomás Cabreira (Faro) e Centro Comunitário
Campo Maior (Portalegre). Houve duas apresentações teatrais por dia e um
workshop da parte da manhã.
O evento é, para muitos, mais um exemplo de que é possível fazer bom teatro
com poucos meios, muita vontade e criatividade. Afinal, o teatro escolar já
é reconhecidamente das melhores "escolas de actores". Para os jovens
artistas, a mostra é uma "oportunidade única" de aprendizagem, de convívio e
de troca de experiências.
"Eles raramente têm possibilidade de ver reconhecido o seu trabalho fora da
escola e, por isso esta iniciativa é muito importante", explicou, ao JN,
Jorge Curto, o director artístico dos "Devisa", o grupo de teatro da Escola
Secundária Rocha Peixoto, a organizadora do evento. Jorge Curto salientou
ainda a importância da troca de experiências e do contacto com outros
géneros teatrais.
"Estamos a formar um público mais apreciador de teatro", frisou,
acrescentando que o teatro escolar só é possível por "carolice de alunos e
professores".
"É uma experiência riquíssima", explicou Teresa Henriques, que dirige os
"Improviso" da Escola Secundária Tomás Cabreira que, anteontem à tarde,
apresentaram a peça "Xeque-Mate".
Aos alunos, move-os para o teatro escolar a adrenalina de estar em palco.
Depois são longas horas de ensaio e noites perdidas a decorar textos. Na
maior parte das vezes, a falta de dinheiro transforma os actores em
costureiras e cenógrafos. As palmas do público são a paga do esforço.
"É importante porque vemos outros grupos e aprendemos", explicou Tânia
Guerreiro, dos "Improviso". A peça "Xeque-Mate" é da autoria do grupo de
Faro e aborda temas como a emigração, a xenofobia e o racismo.
Na VI Mostra actuaram já os Devisa, com a "Peça com Repetições", os Trup'Eça,
da Escola Secundária Eça de Queirós, com "Peripeteia ao Cubo" e os TiT de
Braga com "Frame Set".
Ontem actuaram os Blá, Blá, Blá, de Campo Maior, com "Lisístrata". A cortina
do festival desceu ontem à noite com os organizadores "Devisa" e com a
apresentação do trabalho desenvolvido pelos alunos das duas escolas
poveiras.
Aluno da Escola Secundária Rocha Peixoto
"É excelente. Independentemente da qualidade das peças, é muito bom virem
outras escolas e nós podermos ver outros espectáculos. A evolução da peça
tem sido enorme.
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